Jair Naves já esteve uma vez em Maringá, à frente de sua antiga banda, Ludovic. Agora, com trabalho mais pessoal, Jair volta com a corriqueira força de suas canções. Não deixem de ver.
Bom... depois de um longo período, devido a uma fenda que abriu-se no tempo - com o fechamento da mesma - o blog do Prof. Astromar volta a receber novo texto. E, novamente, da sessão "Senta que lá vem a história...". Dessa vez, dispensarei algumas linhas em torno de nossa canção intitulada "Música nova" (4ª faixa de nosso disco de estréia "Concertos para a meia idade" - disponível em nossa página no MySpace cujo link você encontra na coluna à direita da página).
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Bem... comecei a compôr essa canção pela letra. Lembro-me de, numa caminhada, atravessando a UEM para chegar à casa da Mari (minha digníssima), bolei a primeira estrofe: "Do pó ao pó - nascimento e morte / À falta de sorte, o que me conduz? / Ata-me o nó, o pus, a ferida. / Desprende a vida do que não for luz / E o que nos resta é sermos iguais. / Sinceramente, pra mim, tanto faz".
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Tenho uma memória até que boa pra esse tipo de coisa. Muitas vezes, não preciso anotar quando tenho algumas ideias pra escrever as letras, consigo guardar e lembrar, depois, daquilo que havia pensado. É claro que há, também, algumas coisas que ficaram e ficarão eternamente (penso eu) esquecidas no limbo de minha cabeça grotesca. Todavia, sempre virão novas ideias - assim espero.
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O ritmo que me vinha à cabeça, na ocasião, era completamente diferente do que acabou se tornando a música. No entanto, uma coisa persistiu: a parada da banda no início das primeiras três frases da letra ("Do pó ... *pausa* ... ao pó" e assim por diante) ficou, mais ou menos, como eu imaginava.
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O que eu vislumbrava, no dia em que imaginei a letra, era algo como aquelas paradinhas no início de Suspenso no Espaço, dos Acústicos & Valvulados. Conhecem? A ideia original era, na verdade, fazer algo bem na linha dos Acústicos & Valvulados, mas não consegui. Na hora de criar a base pras ideias que eu tinha tido de letra e ritmo, acabou saindo diferente e eu gostei do resultado.
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Lembro que, na época, o Walace ainda tocava com a gente e, quando cheguei no ensaio e mostrei pra banda, já tinha a música toda na cabeça, só faltava o restante da letra.
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Como o Walace acabou saindo antes que pudéssemos terminar a música, acabamos deixando ela um pouco de lado, mas, quando o Josué entrou, nos animamos em tentar terminá-la. Escrevi, então, o restante da letra durante uma aula de Teoria das Ciências Humanas (numa segunda-feira perdida de 2009) e bolei um solinho de guitarra para o meio da música - em mais uma madrugada acordado. Um solo bem simples, como de costume, e que pareceu se encaixar perfeitamente à música, na opinião da banda.
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Josué tem uma contribuição muito importante na música. Se não me engano, "Música nova" foi a primeira coisa que compomos depois da entrada dele na banda. E muito da pegada com que a música ficou se deve a ele, inclusive, o finalzinho (com um pequeno atraso antes de ser dado o último acorde) foi ideia de Josué.
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Quanto ao título, não tínhamos um definido até o dia do show que fizemos no I Rockinhá (no Fernandes Bar), que acabou sendo nossa primeira apresentação com o baterista novo e, consquentemente, a primeira execução de "Música nova" ao vivo - assista, abaixo, o vídeo registrado por Everton Pardal naquela ocasião. Então, acabou ficando "Música nova" mesmo, que era como a chamávamos nos bastidores e, para a banda, encaixava-se bem no momento que se anunciava, com um novo integrante, novas ideias surgindo, novas portas se abrindo, enfim, música nova chovendo na horta dos Criadores de Lobisomem.
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"Mùsica nova"
Do pó ao pó - nascimento e morte
À falta de sorte, o que me conduz?
Ata-me o nó, o pus, a ferida.
Desprende a vida do que não for luz
E o que nos resta é sermos iguais.
Sinceramente, pra mim, tanto faz. Tanto faz...
Incerto e só, sobretudo, sigo
Errante, amigo das coisas mais vãs.
Se for possível, eu chego, eu digo,
Eu morro e me aflijo antes do amanhã.
Me cego, me entrego, me nego a qualquer forma de pudor.
Insisto, desisto, me escondo pra errar mais de uma vez
Se for pra constatar que somos iguais.
Infelizmente, é assim, tanto faz.
O que nos resta é sermos iguais
E, honestamente, pra mim, tanto faz. Tanto faz...
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Só lembrando que, na semana que vem tem show no Tribo's Bar. No sábado (18/09), bar aberto a partir das 23 horas e shows com: PROF. ASTROMAR & OS CRIADORES DE LOBISOMEM, além dos surpreendentes NEVILTON e JAIR NAVES.
No mais, é isso... tamos ae! Abração e até a próxima!