sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Senta que lá vem a história...

Bom... depois de um longo período, devido a uma fenda que abriu-se no tempo - com o fechamento da mesma - o blog do Prof. Astromar volta a receber novo texto. E, novamente, da sessão "Senta que lá vem a história...". Dessa vez, dispensarei algumas linhas em torno de nossa canção intitulada "Música nova" (4ª faixa de nosso disco de estréia "Concertos para a meia idade" - disponível em nossa página no MySpace cujo link você encontra na coluna à direita da página).
.
***
.
Bem... comecei a compôr essa canção pela letra. Lembro-me de, numa caminhada, atravessando a UEM para chegar à casa da Mari (minha digníssima), bolei a primeira estrofe: "Do pó ao pó - nascimento e morte / À falta de sorte, o que me conduz? / Ata-me o nó, o pus, a ferida. / Desprende a vida do que não for luz / E o que nos resta é sermos iguais. / Sinceramente, pra mim, tanto faz".
.
Tenho uma memória até que boa pra esse tipo de coisa. Muitas vezes, não preciso anotar quando tenho algumas ideias pra escrever as letras, consigo guardar e lembrar, depois, daquilo que havia pensado. É claro que há, também, algumas coisas que ficaram e ficarão eternamente (penso eu) esquecidas no limbo de minha cabeça grotesca. Todavia, sempre virão novas ideias - assim espero.
.
O ritmo que me vinha à cabeça, na ocasião, era completamente diferente do que acabou se tornando a música. No entanto, uma coisa persistiu: a parada da banda no início das primeiras três frases da letra ("Do pó ... *pausa* ... ao pó" e assim por diante) ficou, mais ou menos, como eu imaginava.
.
O que eu vislumbrava, no dia em que imaginei a letra, era algo como aquelas paradinhas no início de Suspenso no Espaço, dos Acústicos & Valvulados. Conhecem? A ideia original era, na verdade, fazer algo bem na linha dos Acústicos & Valvulados, mas não consegui. Na hora de criar a base pras ideias que eu tinha tido de letra e ritmo, acabou saindo diferente e eu gostei do resultado.
.
Lembro que, na época, o Walace ainda tocava com a gente e, quando cheguei no ensaio e mostrei pra banda, já tinha a música toda na cabeça, só faltava o restante da letra.
.
Como o Walace acabou saindo antes que pudéssemos terminar a música, acabamos deixando ela um pouco de lado, mas, quando o Josué entrou, nos animamos em tentar terminá-la. Escrevi, então, o restante da letra durante uma aula de Teoria das Ciências Humanas (numa segunda-feira perdida de 2009) e bolei um solinho de guitarra para o meio da música - em mais uma madrugada acordado. Um solo bem simples, como de costume, e que pareceu se encaixar perfeitamente à música, na opinião da banda.
.
Josué tem uma contribuição muito importante na música. Se não me engano, "Música nova" foi a primeira coisa que compomos depois da entrada dele na banda. E muito da pegada com que a música ficou se deve a ele, inclusive, o finalzinho (com um pequeno atraso antes de ser dado o último acorde) foi ideia de Josué.
.
Quanto ao título, não tínhamos um definido até o dia do show que fizemos no I Rockinhá (no Fernandes Bar), que acabou sendo nossa primeira apresentação com o baterista novo e, consquentemente, a primeira execução de "Música nova" ao vivo - assista, abaixo, o vídeo registrado por Everton Pardal naquela ocasião. Então, acabou ficando "Música nova" mesmo, que era como a chamávamos nos bastidores e, para a banda, encaixava-se bem no momento que se anunciava, com um novo integrante, novas ideias surgindo, novas portas se abrindo, enfim, música nova chovendo na horta dos Criadores de Lobisomem.
.
***
.

***

"Mùsica nova"

Do pó ao pó - nascimento e morte

À falta de sorte, o que me conduz?

Ata-me o nó, o pus, a ferida.

Desprende a vida do que não for luz

E o que nos resta é sermos iguais.

Sinceramente, pra mim, tanto faz. Tanto faz...

Incerto e só, sobretudo, sigo

Errante, amigo das coisas mais vãs.

Se for possível, eu chego, eu digo,

Eu morro e me aflijo antes do amanhã.

Me cego, me entrego, me nego a qualquer forma de pudor.

Insisto, desisto, me escondo pra errar mais de uma vez

Se for pra constatar que somos iguais.

Infelizmente, é assim, tanto faz.

O que nos resta é sermos iguais

E, honestamente, pra mim, tanto faz. Tanto faz...

***

Só lembrando que, na semana que vem tem show no Tribo's Bar. No sábado (18/09), bar aberto a partir das 23 horas e shows com: PROF. ASTROMAR & OS CRIADORES DE LOBISOMEM, além dos surpreendentes NEVILTON e JAIR NAVES.

No mais, é isso... tamos ae! Abração e até a próxima!

PS: Esperamos vocês no show!

Renatão, guitarra e voz

Nenhum comentário: