A noite anterior havia sido uma noite muito prazerosa. Digna de nota. No Tribo’s Bar, havíamos feito um show bacana (pelo menos, em nossa concepção), ao lado dos camaradas da Betty by Alone e do Hospital Doors, como já anunciado, anteriormente, aqui. Havia sido um show sem maiores problemas. Bebemos, nos divertimos, confraternizamos enfim, ao lado dos camaradas e, isso, pra mim, é o que há de mais valor nessa vida louca de fazer parte de uma banda de rock and roll.
Infelizmente, não pude ficar até o final do show dos caras da Betty by Alone, mas os relatos dos amigos e a história da banda apontam sempre pra uma competência sem igual aqui por essas terras. Coisa fina, enfim.
Já a meninada do Hospital Doors está, a cada dia, mais afinada. Abriram a noite com a energia de sempre. Aquela pegada oitentista e fresca ao mesmo tempo, dançante. Baixão pulsando e bateria marcando o beat com grande pegada.
O público recebia cada acorde com entusiasmo. Uns mais contidos, como eu, apenas balançando a cabeça e batendo o pé no compasso da música. Outros se soltando mais e dançando na pista (Agnaldo, o Guiga, que o diga).
Parabéns, caras! Foi um belo show. Valeu mesmo!
No caminho para o estúdio (que fica a duas quadras da minha casa), passei no Disque-Cerveja e peguei um fardo de latões de Itaipava, pra animar o ambiente. Chegando lá, percebi que Gótico também levara cerveja. Logo, a animação estava garantida.
Murilo, naquele sossego inabalável, nos recebeu muito bem, como sempre, e foi logo abrindo a geladeira pra acomodar-mos os latões de Itaipava e, também, as garrafas long neck de Brahma que havíamos trazido.
Cervejinhas já no congelador, abrimos uma cada um e Gótico já foi afinando o baixo pra mandar brasa na primeira canção: “1952”.
Cumprida essa primeira etapa de preparação, era chegada a hora do Gótico registrar o baixo das canções. Foi quando ele começou a tocar que percebemos que seu baixo estava com um problema de captação. As notas tocadas na corda Mi eram captadas em volume mais alto que as tocadas em outras cordas. Foi preciso usar, então, um dos baixos do Murilo. Um SX com captadores Fender que, para nossas pretensões de som, caiu como uma luva.
Na hora de gravar, Gótico não fez diferente de Josué. Mandou uma atrás da outra, sem maiores problemas. Dando espaço, apenas, para as pausas de praxe: trocar uma idéia, beber um pouco mais e fumar um cigarro.
18 horas e já estava tudo lá, registrado como deveria. A cerveja acabou e fomos embora, felizes pela noite anterior e pelo resultado da gravação até então.
Se este que vos fala não pisar no tomate na hora de registrar guitarras e vocais, creio que o disco vai ficar bacana.
Agora, é esperar pra ver.
Logo, logo tem mais. Aguardem as cenas do próximo capítulo de Concertos para a meia idade. Renatão, é chegada a sua hora!
Efusivo abraço aos comparsas de sempre!
Renatão, guitarra e voz.